Redner Leandro Moreira tem 22 anos de carreira e coleciona mais de 90 títulos. Aos 20, Maurício Gulla Moreira afirma que sempre torce pelo pai: ‘Quando ele vai para arena, eu estou com ele’, diz.

“É sempre nós dois juntos. Montando juntos. Na hora que ele está no touro, parece que eu estou montando com ele. Quando eu estou montando, sinto ele na garupa também”. É assim que o peão Maurício Gulla Moreira, define a relação de disputa com o pai, Redner Leandro Moreira, de 39 anos. Há 22 anos, o veterano compete em rodeios pelo Brasil e coleciona mais de 90 títulos.

Agora, os dois seguem a mesma trilha. Na noite desta segunda-feira (19), a arena do Parque do Peão de Barretos foi palco de uma disputa em família. Pai e filho estão na competição pelo título da Liga Nacional de Rodeio (LNR) 2019.

De Gavião Peixoto (SP), a dupla de peões viaja pelo país nas maiores competições de rodeio. Redner já foi campeão no Circuito Barretos em 2008, e Maurício, de 20 anos, foi o 7º colocado no Rodeio Júnior de Barretos, em 2015.

Trajetória
A primeira competição, em 1977, foi a certeza da profissão para Redner. Desde cedo, ele montava bezerros, mas passou a buscar aperfeiçoamento em busca das conquistas.

“Comecei a montar nos bezerros, nos garrotes. Passei para os bois e peguei gosto. Fui para os rodeios. Minha primeira montaria oficial já faz 22 anos e, naquele momento, tive certeza de que eu queria aquilo para o resto da vida”, afirma.

Os anos de dedicação renderam ao peão 90 títulos de campeão. Destaque para a vitória em Barretos, o bicampeonato em Jaboticabal (SP), o tricampeonato em Tabatinga (SP) e o pentacampeonato em Iacanga (SP).

“É muita coisa. A gente já não lembra mais de tudo, nem treinar eu dou conta mais, por isso eu estou trazendo meu filho, para levar o nome para frente”, diz Redner, entusiasmado.

Admiração e continuidade

Sobre a carreira do filho no duelo com os touros, Redner afirma que sempre soube da habilidade dele para a coisa. Para auxiliar o jovem, toma conta da carreira dele para que tudo caminhe do jeito certo.

“Desde os 7 anos eu já percebi que ele iria virar peão. Eu que treinei, eu que acompanhei todos os passos, e eu que vou continuar junto com ele sempre. Eu fiz uma arena para ele, ele foi montando, foi gostando. Graças a Deus está aqui para competir comigo. É um orgulho enorme, a melhor coisa que já aconteceu na minha vida”.

confessa que não mantém mais uma rotina de treinamentos, mas o filho sabe da importância de manter o corpo e a mente preparados para as competições de rodeio.

“Eu faço o preparo físico na academia de manhã. À tarde, monto pelo menos uns dois touros. Mantenho essa rotina, mas não exagero o corpo porque deixo a mente boa também. O excesso é perigoso e a gente pode se machucar nos treinos. Não é isso que a gente quer”, afirma.

Fazer história

Mas Redner quer mesmo é fazer história. Ainda mais quando se tem ao lado um discípulo entusiasmado. “Era nosso sonho estar aqui e juntos. Nunca aconteceu de ter um pai e um filho nessa arena. Então a gente vai fazer uma história diferente e a gente vai para cima”.

Antes das montarias, os dois são homens de fé. A dupla cumpre um ritual nos momentos que antecedem a entrada na arena.

“A gente tem uma oração, fazemos juntos no fundo dos bretes. A gente sempre pede permissão a Deus para entrar sossegado na arena e sair sempre ileso. Eu sempre desejo boa sorte e aviso que estou atrás. Ele sempre me deseja sorte também e me fala ‘cuidado que eu estou na garupa’”, diz Redner.

Liga Nacional de Rodeio 2019 Barretos-SP

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